Vinheta do Estação: se piorar, melhora

Comentário

Fiquei chocada na última vez que fui ao cinema Estação com a vinheta sobre segurança e condutas que eles exibem antes dos filmes. Já viu?

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A primeira vinheta que me recordo, eram adolescentes dançando mal uma coreografia horrorosa. A impressão que eu tive era de que colocaram a filha do patrocinador e seus amiguinhos para dançar.

Depois mudou para uma animação 3D. Animar em 3D é complexo e trabalhoso, para fazer algo bem feito, tem que contratar uma equipe top, e é caro. Bem, pelo visto, deram uma economizada, pois o 3D era tosco, retângulos tridimensionais interligados formando os corpos, com uma música bem chinfrim.

Agora, apresentam uma nova animação, desta vez em 2D – o que poderia facilitar permitindo um projeto mais criativo e desenhos bem feitos. Mas, o que se vê é um desenho ainda muito mais tosco, agora com animais em vez de pessoas (porque??), muito mal desenhados e mais ainda mal animados. Agora os retângulos dos bracinhos são quase que recortes de papel presos com alfinete no tronco balançando pra lá e pra cá. E a locução? Em vez do jingle, agora é uma menina falando de modo forçosamente informal, tipo vergonha alheia.

Sobre a vinheta de abertura do grupo Estação de cinema: uma animação tosca que denigre a história do grupo.

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Se você acha que eu estou exagerando, então preste atenção na próxima vez que for ao Estação e depois me fala o que achou.

Eu lembro da inauguração do Estação Botafogo, o primeiro do grupo. Era uma galera de cinema do PUC Rio, que eu conhecia de vista do Pilotis (estudei na PUC) com um projeto de um cinema off circuito, passando filmes que não entravam nos cinemões da época. Tinham as maratonas da madrugada, nas quais você pagava uma entrada e via dois filmes de uma mesma temática seguidos. Recordo disso com muita nostalgia e boas lembranças. E isso só aumenta minha revolta com essas vinhetas ridículas, totalmente fora do padrão estético que eu associava ao grupo Estação.

Talvez a culpa seja do patrocinador? Difícil de aceitar ver o Estação agindo assim, sem o menor zelo pela sua história na cultura do Rio de Janeiro.

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Judith Adler